Cutistas debatem estratégias para as
novas matrizes energéticas em seminário. Acompanhe também ao vivo
pela rádioweb.
Ocorreu na manhã desta
quinta-feira (18), no Hotel Braston (Martins Fontes 333), em São
Paulo, a abertura do seminário nacional que debaterá até sexta-feira
(19) as estratégias da Central Única dos Trabalhadores para as novas
matrizes energéticas. O evento construído em parceria com a
FES ( Fundação Friedrich Ebert Stiftung) foi apresentado
pelo presidente da CUT, Artur Henrique e pelo representante da FES,
Jochen Steinhilber.
Artur enfatizou os objetivos centrais
da atividade. “Tenho certeza que conseguiremos aprofundar a reflexão
sobre a matriz energética, em especial o petróleo e os
biocombustíveis, tendências e decorrências estratégicas deste modelo
para o desenvolvimento. Além disso, analisaremos os impactos da
adoção dos combustíveis renováveis sobre meio ambiente, o sistema de
prioridade e desenvolvimento rural e as condições de trabalho, como
também, os impactos das novas matrizes energéticas sobre as relações
de trabalho. Os encaminhamentos subsidiarão a formulação de
propostas da nossa central. |
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foto: Equipe SECOM
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Na seqüência o professor do Instituto de
Economia da USP, Ildo Luis Sauer, expôs o processo da matriz energética
brasileira usando momentos históricos como pano de fundo. Para o professor a
grande questão é quem ficará com o excedente econômico que resultará da
descoberta do pré-sal.“Na minha concepção o grande desafio é organizar
um modelo que delegue à Petrobrás a administração da camada pré-sal a partir
de um modelo estabelecido por nós.
Acredito que essa mudança só possa ser
feita por uma operação liderada pela Petrobrás a partir da revisão
do modelo de exploração e produção, isso sem falar na a criação de
um fundo constitucional, que serviria como uma espécie de garantia
para as gerações futuras do Brasil”, afirmou.
O coordenador da Comissão Nacional de
Meio Ambiente, Temístocles Marcellos Neto, acrescentou ao debate a
preocupação de para quem vender. Segundo ele, a CUT deve incluir nas
pautas de suas confederações e federações a geração de empregos
proporcionais a utilização dos recursos para garantir assim o
desenvolvimento e a soberania do país. “Nós devemos oferecer
alternativas e propostas para a sustentabilidade da energia”,
enfatizou.
Para o representante da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU),
Franklin Moreira, a questão está na construção de uma política
energética que garanta o controle social com a participação de todos
os atores. “Lula fez uma reforma importante no setor energético que
foi impedir a privatização – ele devolveu a Ministério de Minas e
Energia a possibilidade de barrar iniciativas privatistas que
ajudaram a barrar algumas tentativas em São Paulo.
Na parte da tarde, os participantes
debaterão a questão do petróleo, regulação e soberania nacional com
a presença do Senador Aloízio Mercadante (PT/SP) e o coordenador da
Federação Única dos Petroleiros, João Antônio de Moraes.
O Seminário Nacional "Energia,
Desenvolvimento e Soberania: Estratégias da CUT" está sendo
transmitido ao vivo, on-line em áudio, através do portal do
SinergiaSP-CUT (www.sinergiaspcut.org.br),
no link "jornaldostrabalhadores". O debate também será objeto de
textos publicados no site da CUT e, posteriormente, em revista
especial.