Licença maternidade
(Isaías
Dalle e Leonardo Severo, com SNMT - 17/09/2008)
CUT quer licença de seis meses
para mães e para pais, alternadas
A Executiva Nacional da CUT
decidiu, na tarde desta quarta, dia 17, que vai iniciar uma campanha
para, de imediato, orientar os sindicatos filiados a incluir em suas
pautas de reivindicações a exigência de que todas as trabalhadoras
tenham acesso à licença-maternidade com seis meses de duração, para
isso será elaborada cartilha sobre a licença maternidade.
Como parte da campanha será
elaborado um projeto de lei que amplie a atual licença maternidade
no Brasil que hoje é de quatro meses, para seis meses, e atual
licença paternidade que hoje é de apenas oito dias para seis meses,
trazendo o debate para a sociedade sobre a responsabilidade
compartilhada. Nesse novo cenário, as licenças para mães e pais
aconteceriam de forma alternada, uma após o término da outra.
Para estender a atual
licença-maternidade de seis meses também para as trabalhadoras de
micro e pequenas empresas - segmento que ficou de fora do projeto de
lei recentemente aprovado -, a CUT também deve concentrar esforços
políticos para o convencimento das entidades representativas deste
setor empresarial.
Como é o projeto - Aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado
pela Presidência da República no início de setembro, o projeto que
amplia a licença-maternidade para seis meses oferece isenção fiscal
às empresas que optarem pela ampliação do benefício, que
tradicionalmente tem duração de quatro meses. Assim, a ampliação é
facultativa, daí a necessidade de pressão dos sindicatos sobre as
empresas. A nova licença entra em vigor a partir de 2010.
Houve dois vetos
presidenciais ao texto original. Um deles, acertadamente na opinião
da CUT, derrubou a possibilidade de não haver contribuição
previdenciária sobre os dois meses adicionais. Outro exclui as
empresas que recolhem impostos dentro da modalidade de lucro
presumido ou aquelas inseridas no Simples - o que retira um grande
contigente de mulheres da possibilidade de ampliação da licença.
"Seria justo que o projeto
estendesse a licença para todas as trabalhadoras, e sem a
contrapartida da isenção fiscal. Porém, do modo como aprovado, o
movimento sindical cutista tem espaço para pressionar pela
consolidação e ampliação do benefício, universalizá-lo e ainda
propiciar o debate sobre a necessidade da responsabilidade
compartilhada entre mães e pais", afirma a secretária nacional sobre
a Mulher Trabalhadora, Rosane da Silva.