O
Rio sem brilho
08.01.2013
A Light ocupa um papel estratégico na atualidade e no futuro próximo do Rio de
Janeiro.
Com a responsabilidade de sediar a final da Copa do Mundo em 2014 e as
Olimpíadas em 2016, o Rio de Janeiro não pode viver sob a insegurança de
“apagões” inexplicáveis em diversos pontos da cidade.
A Light atende a 6 milhões e meio de consumidores distribuídos por 31 municípios
do Rio de Janeiro e aumentou suas tarifas em 11,85% para os consumidores
residenciais e 13,20% para as indústrias a partir de 7 de novembro de 2012.
Mas não devemos nos ater a essa sopinha de números, utilizada ad nauseam pela
grande imprensa para engabelar o leitor e fugir do foco principal.
E o foco principal é que a Light — num passado não muito remoto — já foi
considerada a melhor prestadora de serviços pela população do Rio de Janeiro.
No momento, a Light está entre as três concessionárias que mais tempo deixaram
seus clientes sem luz (segundo ranking elaborado pela Agência Nacional de
Energia Elétrica — Aneel), o que é lamentável, inexplicável e preocupante e
merece atenção redobrada de todos os envolvidos.
No ranking da Aneeel, a Light ocupa o 31° lugar, superando apenas a Companhia
Energética do Piauí (Cepisa), que ficou em 32° lugar, e da campeã em apagões, a
Centrais Elétricas do Pará (Celpa), na 33° posição.
Tá feia a coisa.
E na ponta do sistema, em contato permanente com a população, estão os bravos
companheiros responsáveis por resolver os inúmeros casos de interrupção que se
multiplicam — e todo mundo sabe disso mas não existe um plano de contigência —
na época do verão, quando a temperatura beira os 40°.
O Rio de Janeiro merece que a questão da energia seja discutida em profundidade,
com a participação efetiva (com direito a voz e voto) do Sindicato,
representando trabalhadores que têm sua carga horária multiplicada
exponencialmente para atender a demandas que deveriam ter sido previstas com a
consequente preparação para enfrentar o problema.
Não dá para cruzar os braços e dizer que está tudo bem.
Não dá pra jogar embaixo do tapete a questão da valorização do quadro de
pessoal, o investimento contínuo em manutenção e a reavaliação dos procedimentos
de forma qualificada para garantir não só o fornecimento de energia à população,
mas, e principalmente, a segurança de quem está na ponta.
O Rio não pode correr o risco de ser exposto ao ridículo durante os eventos que
vai sediar, e o Sindicato não vai permitir que isso seja debitado aos
trabalhadores.
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